Este artigo de Leandro Ortolan tem por objetivo demonstrar que a clarividência é uma eficiente ferramenta para a saída da depressão e falta de sentido na vida, em especial quando existem causas espirituais, através da busca da realidade maior, de uma dimensão superior de vida para o espírito imortal.
NO DIA DA PALESTRA…
Carlos era alguém com seus 35 anos, mas seu rosto ainda era quase o mesmo da adolescência. Parece que o tempo não deixara marcas na sua face, ainda bem jovial, desde a última vez que estivemos juntos, há pouco mais de uma década.
Mas algo estava diferente em seu olhar, especificamente eram seus olhos, e já não havia mais o brilho de antes, não cintilavam mais como antes, na adolescência cheia de descobertas de um espírito que estava a descobrir os mistérios e prazeres de um mundo totalmente aberto a todas as oportunidades. Carlos me ouvia, mas estava distante, indiferente, como se fosse mais um lugar que vagasse em busca de respostas que nunca vinham, em busca de uma visão que mostrasse o que ele esperava da vida.
Estava a escutar-me, sem fazer nenhuma pergunta como antes, quando era aluno em um curso espiritualista que ministrei, e que durou mais do que o previsto, pelas suas inteligentes indagações e questionamentos sobre os fundamentos das coisas. Por ter um senso crítico muito bom sobre mim, não atribuí que seu silêncio fosse pelo meu discurso. Não pode ser, pois nunca é minha intenção levar a concordância, a unanimidade, ao contrário, sempre intento inflamar por ideias desconfortáveis.
Naqueles tempos em que estivemos juntos, no passado, meu próprio discurso era mais amistoso, mais pueril, mais popular, e Carlos era o elemento que estava a questionar o que estava a escutar, com sede de conhecimento e já demonstrando uma capacidade acima bem acima da média da turma. O que eu falava já era diferente, mas era quase o mesmo do mesmo que muitos outros falavam nos meios espiritualista, confesso. Mas era o que eu acreditava à época, mas fosse hoje, eu próprio não sairia de casa para escutar aquilo. Carlos foi, e questionou muitas das coisas ditas, algumas destas questões deixaram-me em posição frágil, em grande desconforto. Todos, no final, exceto Carlos, aceitaram tudo e se sentiram plenamente satisfeitos. Não lembro de nenhum destes que compuseram aquela massa concordante, mas de Carlos nunca me esqueci, desde então.
NÃO ESTAMOS AQUI POR ACASO
O tempo passou e hoje – e tanto eu, quanto Carlos – estamos juntos novamente, para um reencontro, uma nova oportunidade de engrandecer as mentes e afiar as línguas. Me achei pronto não para só responder as suas perguntas, mas também para alcançar um nível de debate à altura, pois desde então trilhei um caminho da qualidade e quantidade de conhecimento que me levaram a níveis avançados sobre a realidade. E uma boa discussão sempre me deixa animado. Fiquei feliz em ter a chance de ser desafiado novamente, em uma nova discussão intelectual sobre o tema proposto, com um oponente à altura, e que não ficaria restrito a este tema, buscando a universalidade como plano de fundo. A verdade está em tudo, e tudo é válido para se chegar ao conhecimento. Me senti pronto para responder às questões que ele colocaria. podemos iniciar um debate falando sobre propósitos de vida e evocar temas como política, religião e mídias digitais, dança ou mesmo literatura medieval.
E, depois de certo tempo, me veio a frustração por Carlos não colocar nenhuma questão até então. Apenas estava a escutar, sem nada mais a dizer, com a face neutra, típica de jogador de poker, jogo que nunca consegui aprender a jogar. Carlos estava sem nenhuma expressão em seu rosto. Do público vieram algumas perguntas, bem aquém do que eu esperava, e que foram facilmente respondidas. E todos satisfeitos, ao final, exceto Carlos e eu.
Daí, pelo seu silêncio, após o término da palestra, fui falar com ele, não entendendo sua atitude, muito menos seu olhar distante e opaco. Percebi sua face se modificar, percebendo uma grande insatisfação em si, antes oculta. Ficamos ambos constrangidos, cada qual pelos seus motivos, embora nenhum soubesse o motivo do outro pelo constrangimento.
– Leandro, não sei por que vim aqui, mas estou profundamente decepcionado com minha vida, com tudo e com todos. Que mundo é este?
Pronto! A pergunta veio, afinal! E que pergunta! Uau.
Epifania!
– Carlos, esta sua pergunta, se feita na palestra, levaria todos a rirem de você, por não a entenderem. Pois a maioria das pessoas acha que sabe a resposta certa sobre isto, e consideram óbvia esta pergunta. Não só óbvia, mas também irrelevante. Se não tem compromisso, aguarde, pois logo poderemos conversar fora daqui, assim que me despedir das pessoas.
E eis que eu tinha a minha pergunta desafiadora do dia. E, por sorte, Carlos estava a me esperar.
UMA QUESTÃO SEMPRE É O ELEMENTO DE DESCONFORTO QUE LEVA AO PROGRESSO
Que mundo é este?
Para a maioria das pessoas é a realidade. Aquilo que conhecem, suas vidas vividas na regularidade de tudo, nas crenças tacanhas sobre uma sensação de alegria confundida com a felicidade, com o apego confundido com o amor, com as posses confundidas com a prosperidade… o mundo seria aquilo que é retratado como pano de fundo em suas publicações nas redes sociais. Por isso, nunca fazem esta pergunta, pois possuem certezas. E as certezas impedem as pessoas de fazerem perguntas – fazem somente afirmações, e doutrinam a todos, como missionários, a aceitarem suas verdades, viverem seus padrões, estabelecerem suas regras. Quando os mundos destas pessoas conflitam, surgem problemas, obviamente. Mas daí já será outra questão.
E assim, tínhamos a oportunidade de conversar. Minha vontade era beber um chopp, mas pedi um chá gelado, acompanhando Carlos, e assim pudemos iniciar nossa conversa, após as amenidades iniciais sobre coisas corriqueiras.
– Mas, me diga, Carlos, sobre o que está a passar?
– Estou infeliz, depressivo, e minha vida não tem feito o menor sentido, não me encaixo em nenhum lugar. E, mesmo que goste de algo, não quero me prender àquilo. Realmente acredito que o mundo não é como aparenta ser, há muitas coisas além do que consigo enxergar, e o mais incrível é que ninguém se importa com isto.
Leia sobre a ignorância do espírito sofredor…
– Carlos, temos aqui várias questões. A primeira é sobre o mundo, em si. Existem infinitas dimensões, e só temos condições de perceber algumas delas. Neste planeta, somos espíritos sutis presos a corpos densos. A maioria está adormecida, pois só reconhece o corpo denso. Outras já percebem o espírito, mas não a realidade, e daí aceitam a vida mundana e buscam sempre a anestesia, tentando voltar à materialidade indolor. Mas a materialidade para o espírito que está a despertar é dolorosa, e nunca será mais a mesma maravilha de antes. Por isso, tais consciências, que estão a despertar, sentem que o mundo não é mais o mesmo, não o reconhecem, e daí passam a desgostar da vida, da realidade, se deprimem. Consegue se ver neste processo?
– Sim, faz sentido para mim. E lá no íntimo sei que criticar a maioria não resolverá meu problema. O fato mais verdadeiro é que não tenho a menor ideia do que fazer para aplacar esta minha dor.
– Talvez não a resolva definitivamente, Carlos. Não há garantias sem desenvolver um novo sentido perceptivo para a sua alma. Quando você se percebe como alguém desperto e que não consegue mais se adequar ao mundo, está correto. Pois o problema não é realmente nem você, nem o mundo que percebe, o fato é que este mundo que consegue perceber não é o correto, pois não é mais o seu. Isto é um fato verdadeiro. Imagine uma criança que sai aprovada do curso de alfabetização e ingressa no ensino fundamental, tudo é novo, saciará sua curiosidade com os novos aprendizados, novas possibilidades. A cada aprovação, uma nova série, e mais evolui, pois estará em nova turma, com alunos em iguais condições, e poderá interagir cada vez melhor.
Leia sobre o momento de pedir ajuda…
– Entendo, Leandro, e poderia deduzir que seria como se eu próprio tivesse obtido uma aprovação em uma série e continuasse no próximo ano, e sempre, na mesma série, sem nada novo para mim. Ficaria velho lidando com crianças e limitado àquele ambiente. É assim mesmo que me sinto. Ficando velho em uma classe de crianças, mas sem poder mudar de turma. Por isso me sinto inadequado em um lugar que conheço muito bem. É estranho, mas nem sempre, mesmo conhecendo o mundo como conheço. Mas, se não posso mudar de mundo, então não tenho alternativas. Minha depressão me diz isto, por fim, é melhor sair desta vida e iniciar uma nova, acabando de vez com esta dor. Tenho pensado em resolver as coisas desta forma, mais rápida, pelo suicídio. Me sinto envergonhado em dizer isto, mas não me sai da mente tal possibilidade.
– Se houvesse certeza de solução no suicídio, o que poderia eu dizer? Sei bem como é a depressão, e sei bem como são estes pensamentos. Só quem vive algo assim é quem sabe a dor, o desespero que é. Mas, a bem da verdade, qual a certeza de que isto resolverá? Penso que seu espírito terá as mesmas limitações com ou sem um corpo físico. A inteligência divina não poderia incorrer nesta falha. Assim, se há a necessidade de estarmos encarnados, é por alguma razão divina dada ao nosso espírito, e não ao corpo, que é perecível. Creio que perder o corpo não significará a libertação automática do espírito. Se assim fosse, haveria uma espécie de “bug” (falha) nos planos divinos, não é mesmo?
– Como saberemos? Só morrendo para se saber.
Tens a certeza sobre isto?
– Através do intelecto, Carlos. A capacidade de abstração leva às deduções lógicas, e formam um novo mundo. E é disto que está precisando – acessar este novo mundo. É o que chamo de Clarividência Integral – ver o que poucos veem, sentir o que poucos sentem e ter o que poucos têm. Só assim, caro amigo, só assim se pode decidir e agir com sabedoria.
– Então me diz que posso acessar uma nova turma evolutiva com seres semelhantes a mim? É isso mesmo?
– Claro que sim. Algo em você está prendendo-o à turma antiga, que já está liberto deste aprendizado… já está com a sua aprovação nas mãos, mas não está liberto deste passado enterrado em si. Eis a razão primária da sua depressão. E esta razão não está em seu cérebro, ou coração, ou no intestino. Está no espírito, e seguirá com você mesmo perdendo seu corpo.
– Estou a perceber.
– É preciso, então, agora, agir. Acertando ou errando, é preciso agir.
VENDEM-SE ILUSÕES! UM LUCRATIVO MERCADO
– Eu tentei dar um salto quântico mas percebi que não funcionou para mim. Acessar esta nova dimensão.
– Pois é, Carlos. Isto é como se buscasse nas ilusões suas soluções. Coisas que levam quântico no nome, sem ser ciência, é tão ilusório, meu amigo, assim como o grosso do conteúdo de autoajuda, que apenas serve para anestesiar espíritos que querem soluções mágicas universais para seus problemas – há um imenso público para o elixir do paraíso, desde sempre. Todos querem comprar seu terreno no céu, agora veja bem o que pessoas assim fazem e pensam. O fato é que cada vida é única, e para cada uma delas há de haver algo único a se fazer. Sem visão, nada floresce, exceto as contas bancárias dos falsos gurus, que dizem que sabem tudo sobre tudo, mas ainda assim são incapazes de resolverem suas próprias questões pessoais, e assim abundam os escândalos destes em crimes sexuais, financeiros, egolatrias e muito outros mais além dos poucos que sabemos.
– Não sei onde estava com a minha cabeça para pensar em coisas assim. Nem sempre fui assim.
– Eu sei. E agora tudo faz sentido para mim, pois me vi em você. E posso dizer que não será fácil, mas ainda assim ficará melhor do que está agora. Acessar uma dimensão superior exige a clarividência e a capacidade racional, conhecimento, dar sentido ao que se “vê” antes mesmo de se ver, pois as formas só existem aqui, neste denso mundo que estamos. O fato bom é que suas escolhas serão maiores, suas opções serão verdadeiras e poderão ser provocadas por você, escrevendo sua própria história, de verdade, passando de expectador para protagonista em seu próprio filme.
Há luz no final do túnel? Sim, e em tudo o mais…
– Faz sentido para mim. E por que não estás a beber?
– Esta é a dimensão que estou agora, sendo altruísta com você, pois penso que esteja se medicando e não possa beber, por isso me privei de beber hoje, até por que beber sozinho não me agrada. E, no lado prático, o álcool nos leva a um estado de descontração e só é bom quando compartilhado em uma roda de amigos que possam ser sinceros conjuntamente. “In vino veritas”, ou a verdade está no vinho, o mesmo que dizer que a bebida entra e a verdade sai.
Rimos bastante, e divagamos muito sobre as questões práticas da clarividência, que ele optou por desenvolver.
A VERDADEIRA CEGUEIRA É SEMPRE VOLUNTÁRIA
De tudo que tenho visto em relação às pessoas que se sentem estranhas no mundo, ou até mesmo depressivas, é justamente a incapacidade de acessar uma nova dimensão com todas as possibilidades de que estão a precisar.
Ver significa saber, e saber requer conhecer. Conhecer exige raciocínio, discernimento e equilíbrio. E tudo isto não é dado, é desenvolvido, conquistado, sem saltos, pulos ou outras peripécias “quânticas”. Pode ser em longas fases, ou em processos organizados – o que vai decidir será a dor que cada um sente, a inadequação que cada um percebe.
Carlos apenas inicia a jornada para desenvolver sua clarividência. Saiu de nossa conversa com o brilho no olhar que antes tinha, pois agora possui a esperança, dada pela fé nas possibilidades e o merecimento de quem sempre realiza coisas que se compromete a fazer. A clarividência sempre foi limitada a questões sombrias do ocultismo, das religiões, dos charlatães e dos falsos profetas. Mas é um atributo da alma, uma habilidade. E, como toda a habilidade, pode e deve ser desenvolvida.
O que será da vida de Carlos? Não sei, não faço a menor ideia, mas garanto somente uma coisa: ele viverá a vida que desejar viver, será o que quiser ser, fará o que quiser fazer e terá o que merece – a prosperidade.
O que posso dizer mais sobre este caso? É que desde então voltei a ter um oponente a altura nos debates. Alguém com brilho no olhar e a mente afiadíssima.
Se precisar de mais informações, não demore em me chamar… deixarei, embaixo deste texto, um link de contato direto, via Whatsapp – ou já poderá clicar aqui para contato.
Até breve!
Leandro Ortolan
Se você deseja entrar em contato imediatamente...
Envie sua mensagem
Pedir Ajuda é Nobre!
Para que esperar mais? Através do Whatsapp, poderemos esclarecer sobre a melhor forma de ajudarmos você. Você é bem vinda ao nosso grupo.