Este artigo de Leandro Ortolan tem por objetivo tratar sobre os processos de exorcismo, incluindo a abordagem sobre pessoas possuídas por espíritos e seus desdobramentos.
A MAIOR PARTE DAS OBSESSÕES ESPIRITUAIS NÃO É PERCEBIDA
Saindo dos meios religiosos, místicos e adentrando ao tema proposto por uma abordagem atualizada e racional, percebemos que os problemas de assédio e obsessão são conexões interconscienciais mal resolvidas, sem equilíbrio e nas quais há uma força dominante ativa por ao menos uma das partes, que nem sempre são somente duas. Podem existir outras partes ocultas, afinal.
Obsessão espiritual é, em resumo, uma questão de relacionamentos mal estabelecidos, tóxicos, defeituosos, com sequelas nos comportamentos e emoções. A vida de quem é vítima da obsessão acaba-se por se tornar um “verdadeiro inferno”. Exorcismo seria, em análise imediata, retirar forçadamente uma ou mais partes desta relação, visto que nem sempre são somente duas consciências envolvidas. Às vezes é mais. Conceitos simples, mas nem sempre fáceis de identificar. Há quem só tenha na mente que a obsessão acontece com os demônios espirituais maus a perseguirem alguém vivo e do bem. Nem sempre é assim. Aliás, quase nunca é assim.
Quantas relações abusivas você vive ou já viveu (até por longos tempos) com pessoas “do bem” de “carne e osso”, vivas, vivinhas da silva, e nem percebeu que estava sendo abusada, usada?
Pois é, sempre é preferível entendermos o mundo oculto tomando como base o mundo físico. Se nas relações que você nutre em vida há abusos, problemas, conflitos e falta de ética, perceba que nada seria diferente no mundo espiritual. A rigor, a base energética das conexões entre consciências é a mesma para quem está “vivo” ou “morto”. As energias se afinizam ou se repelem da mesma forma, com a mesma dinâmica e é este o diferencial para se obter efetividade para se identificar as obsessões espirituais e partir para a reconciliação, ressignificação ou mesmo adentrar em um processo de exorcismo, também conhecido por desobsessão. Para ter efeito e você se habilitar a identificar e tratar de casos assim, é preciso sair das alucinações místicas e religiosas sobre o tema e tomar uma atitude racional e analítica. Vamos em frente.
Minha experiência na Tailândia, e abrangendo toda a Ásia, enquanto residia por lá, foi perceber que uma das grandes diferenças entre orientais e os ocidentais é em avaliar pessoas, pois nós ocidentais praticamos uma dualidade e uma simplificação extrema. Ao olhar alguém, julgamos a pessoa ser boa ou má. Não há meio termo. Os asiáticos, em especial os budistas, não entendem por tal ótica dual, reducionista, mas entendem que todos possuem o bem e o mal em si e ainda assim, em diversas dimensões. Não há o mal nem o bem absoluto em uma única pessoa, o que nos levaria a descartar figuras emblemáticas como o diabo, por exemplo, sintetizando todo o mal em si. Até mesmo os grandes vilões do universo dos romances espiritualistas considerados quase os anticristos seriam vistos pelos orientais como alguém que também carrega em si algo bom, bastando compreender e despertar o amor, indo além dos desejos destrutivos que limitam esta mítica criatura.
Para identificar os assédios, possessão e se adentrar ao campo do exorcismo é preciso ter bem claro tais conceitos definidos em si, por um mínimo autoconhecimento adquirido, e o entendimento que o mal está manifestado em uma ou nas diversas partes envolvidas. Se acredita que não haja mal em você, há pontos obscuros a serem trabalhados. O bom exorcista é, antes de tudo, um mago, alguém que conhece bem a si e aos que estejam ao seu redor. Saber de suas fragilidades tão bem quanto seus inimigos sabem é a sua primeira obrigação. Mas, por vezes, este autoconhecimento leva tempo. E os estragos, a dor e sofrimento estão acontecendo cada vez mais intensamente. O que fazer?
A justiça precisa ser aplicada, atuando para corrigir e aliviar o sofrimento de todos, mas é preciso isto mesmo: justiça. E as penas, as correções, as medidas interruptivas precisam ser fortes o suficiente para acabar com a agressão, mas também precisam ser reeducadoras, reintegradoras, corretivas, como seria a proposta original de nosso falho sistema penal. Falho, mas não dispensável. Se a justiça pode refletir algumas injustiças, imagine sem ela. Justiça não é algo acabado, pois está sempre em construção.
Por tais questões é que poucos são os que percebem os abusos que estão sendo cometidos contra si, e sofrem em vidas infelizes e com graves consequências. Abrir os olhos, os sentidos e principalmente o coração para se libertar, ter uma nova chance e uma trégua é o melhor a ser feito. E, pelos estudos inteligentes, e reflexões que sejam condizentes com a realidade, é possível não só se libertar, mas também ajudar a quem precisa, nos diversos lados da vida.
COMO FICAM AS PESSOAS POSSUÍDAS POR ESPÍRITOS?
Os sintomas são vários, mas os resultados sempre recaem em 03 aspectos energético-emocional mais densos, que chamamos de algemas cármicas:
A primeira sensação, e mais comum, é de irritação. Acontece através da redução ou maior intensidade do elemento fogo. Através do impacto direto da consciência agressora, seja viva ou morta, o que acontece é um choque de identidade, onde o primeiro sintoma é não entender bem mais quem é, passar a duvidar de si e suas capacidades, pois há um intento de subjugação, de diminuição, pois a dominância imposta prevê que a consciência atacada aceite a dominação, e isto significa se diminuir, aceitar a fraqueza em si. Tudo isto se dá no campo inconsciente, por vezes, e leva a uma queda do poder pessoal.
Esta queda não acontece e logo se acaba, voltando à normalidade. Não é tão fácil assim. Há momentos de oscilação, de luta, de embate, quando o elemento fogo se amplifica, e isto levará a constantes rompantes de raiva, fúria, agressividade, e pelo comportamento hostil que muitos não percebem que estão cometendo, acabam por distanciar os amigos, familiares, deixando a vítima isolada, com poucos ou ninguém ao seu redor. Isto, no reino animal, é excelente ao predador que ataca a presa isolada. É uma estratégia que sempre leva o predador a abater a presa: isolar para atacar melhor, deixar mais vulnerável. Se falamos de comportamento humano e relações, é impossível não falarmos da animalidade que ainda reside no ser humano, ainda carregado em instintos e padrões primitivos de comportamento vicioso. Se o inimigo é habilidoso no conhecimento das emoções humana, não precisa de nenhum superpoder atribuído nos romances espiritualistas, na verdade. Basta alterar ou influir em um dos elementos da vítima e deixar ela própria fazer a maior parte do trabalho destrutivo (o “mal” que todos carregam em si, de fato).
Em alguns aspectos, o desejo de vingança é acionado pela vítima e a criatura se inflama ainda mais, dedicando todas as suas forças para a vingança. Pois a base energética da vingança também está neste nível energético, assim como a depressão e a arrogância. A vingança é o ataque movido pelo ego, pela retaliação. Pode assumir diferentes formas, diferentes composições, mas a certeza é a mesma: os estragos sempre são consumados. Os prejuízos na vida sempre aparecem.
Existem pessoas que entram na vida de outras e acabam com tudo de bom que há, não deixando nada mais de bom ou útil ao saírem – e mesmo assim se saírem, o que nem sempre acontece. Pois ao dominarem consideram ser a vítima fraca e vencida a sua posse.
Agora você percebe o porquê da expressão “pessoa possuída”? Pois perdeu o domínio sobre si, está fraca e submissa perante outra consciência dominadora.
Este é um padrão comum, mas não é o único. Existem possessões que acontecem tão sutilmente que não rompantes de raiva nem embates diretos. Ocorrem nos campos das ideias, das ilusões e das mentiras. E não são raras de acontecer. Muitos nem desconfiam que estejam sendo amplamente manipulados e dominados. Tal constatação só é possível ao se realizar o mapeamento energético, entendendo como o fluxo energético está se deslocando e percebendo os vícios e pontos vulneráveis que há em cada um. Sem isto, são apenas especulações. Pelos resultados e insucesso na vida já se deve procurar e investigar melhor as possíveis ameaças externas e eliminar o risco.
Quando a pessoa perde o domínio sobre si, passa a ser alguém “possuída”, logo os outros elementos energéticos igualmente se contaminam, se deturpam e levam à perda do desejo pela vida e uma gradual insensibilidade, com uma frieza e indiferença por tudo e todos. A pessoa se transforma em uma marionete, em um zumbi, sem vontade nem decisão. Está consumada a posse, a obsessão, a subjugação. E será necessária a busca pelo exorcismo, ou pela desobsessão, pela quebra das relações abusivas estabelecidas. Em estágios iniciais ou com baixo grau de influência, é possível o tratamento através do processo de conscientização e do reequilíbrio energético e magnético da vítima. Uma análise da matriz energética oferece dados para estruturar a estratégia necessária.
Se o exorcismo não ocorre, logo virão os problemas materiais – as crises financeiras são as mais comuns – e as questões que levarão à completa impotência frente aos desafios da vida, ao medo, à perda da coragem, à fuga e ao encolhimento. A vergonha atuando com as culpas (intuídas mentalmente nos processos psíquicos pelo agressor) não demora a criar na vítima um medo descomunal. A vítima, neste ponto, está mais morta que o agressor, inerte, em suas mãos. Como é possível alguém fraco, morto, dominar alguém forte, vivo? A palavra é simples: conhecimento. Saber é poder, eis a verdade.
OS FUNDAMENTOS ENERGÉTICOS DA OBSESSÃO ESPIRITUAL
Os fundamentos são inúmeros. O mais importante é o conceito amplo do bem e do mal a ser considerado. E aqui faço uma consideração sobre os termos vítima e agressor.
A vítima se diz vítima apenas por uma definição unilateral. Tanto os agressores quando os agredidos se dizem vítimas. E ambos possuem fortes e extensos argumentos que comprovam sua alegação de inocência. Nos tribunais de justiça acontece o mesmo, não é? Cada um possui suas razões, seus motivos e justificativas. É a vontade em ação, levando ao ato em si. A vontade não faz o “criminoso”, apenas o é quando pratica o ato, constituindo o crime, a transgressão. O fazer é dado pelo elemento fogo.
E os outros elementos?
Em resumo, o elemento terra dá a materialidade. A água dá o sentir, o prazer, o conectar. O Fogo dá o poder, a ação. O ar dá a liberdade, o amor, que nutre o fogo e a água. E todos formam a terra. Estes 04 elementos são os materiais, e existem outros elementos, que tratamos em nossos estudos de O Conhecimento e Magia, não sendo relevantes neste artigo.
O fogo cega, confunde e desnorteia em doses reduzidas ou aumentadas. Pelo fogo há a luz. Se há pouca luz, não se enxerga. Se há muita luz, ofusca, e também não se enxerga, percebe?
É o fundamento energético do poder, da dominação, está no elemento fogo, que evidencia o ego, a conquista e quando inflamado leva à estados bem acentuados de raiva, ódio e agressividade.
Foram raras as vezes que tive a oportunidade de lidar com processos de possessão que não estavam envolvidos diretamente pelo elemento fogo. Eis a base energética, portanto, de todos os processos obsessivos: o elemento fogo.
ORAI E VIGIAI QUASE NUNCA FUNCIONA
Este é o momento em que os religiosos estremecem, e que provavelmente os mais fanáticos largarão a leitura deste artigo. Muitas das consciências aceitam as religiões como base de confiança cega. Não é o tema deste artigo tratar das religiões, mas adianto as religiões nunca são o problema. O problema são alguns dos religiosos desvirtuados das boas causas que buscam através dela as formas de: dominação (satisfação do ego, fogo), do prazer (satisfação pela satisfação, água) ou posses (dízimos, vantagens financeiras, terra). E geralmente são tais religiosos lobos em pele de cordeiro, quase nunca causam desconfiança, pois são grandes conhecedores da alma e das fraquezas humanas, sua principal matéria-prima. Estes podem objetivar apenas um dos mesquinhos interesses ou todos. São as algemas cármicas. Pois, o medo, a culpa e o poder é a base da dominação em todas as relações, sejam individuais ou coletivas. É preciso entender bem isto em todas as instâncias e fazer uma varredura completa em todas as relações e crenças que há em você.
Algemas cármicas são traduzidas pelo grupo: sexo, dinheiro e poder. Se há crimes no mundo, ao menos um destes elementos sempre está presente. Pense sobre isto.
Você conhece o ser humano? Entende de suas potências energéticas? Entenda que a primeira das potencias energéticas é o existir, o sentido da materialidade que dá origem à percepção material sobre si, as necessidades como fome e sede, a necessidade de sobrevivência frente à escassez e aos ataques contra a vida vindo de inimigos, predadores.
Neste momento que se manifesta a consciência animal, todos os instintos são bem similares.
A consciência humana racionaliza, busca explicações, tende a evoluir e desde os tempos imemoriais busca no além o entendimento do sentido da vida e da morte. Busca nas estrelas, tomado por grande e inexplicável nostalgia as respostas que sabe existir mas que ainda não consegue acessar. Surge, no isolamento, o medo. Surge a busca por ajuda sobrenatural. Principalmente em quem está só, isolado.
Quando o orar e vigiar é adotado como prática deseperada enquanto a consciência está isolada e com medo, e esta oração não resulta em coragem e o vigiar não resulta em domínio do território, o problema é ampliado. Simplesmente pelos níveis grandes de medo e isolamento, a criatura vira presa fácil. Não domina seu espaço, não domina a si, sempre fugirá ou se fingirá de morta, inerte, esperando a ameaça passar sem lhe prejudicar. Às vezes, funciona. Às vezes, não.
Quando o orar e vigiar é realizado com intermediação de algum “amigo de confiança”, a fragilidade pode ser abertura para novas dominações. Lamentavelmente, a lei da selva, dos instintos animais, ainda estão presentes em nós. A dominação, a exacerbação do ego e os desejos são forças que quando ativadas raramente são controladas. O medo tem cheiro, tem rastro e os predadores sabem bem identificar este odor. A adrenalina é liberada e produzida ao menor sinal do medo, dando energia para fugir, lutar ou enfrentar a situação que se apresentará. O medo é químico, refletindo as energias da alma.
E quando funciona o orar e vigiar? Quando há consciência sobre si, mesmo que com medo. É o processo de racionalização. Aí sim, é poderosa ferramenta. Orar e vigiar, portanto, só será capaz de ser eficiente plenamente através do autoconhecimento, da proximidade com suas próprias forças íntimas.
O QUE É EXORCISMO? COMO FAZER UM?
Exorcismo é o livre e pleno exercício do poder. É o saber dizer NÃO. Simples assim.
Dizer não ao agressor que está dominando a vítima.
Dizer não à vítima que se sente vítima. Ela também é algoz de si.
Dizer não à paralisia da vida. A vida não acontece para as consciências que não seguem seus caminhos, atracadas uma a outra.
Exorcismo é, portanto, dizer sim para a vida, para a evolução, para o amor, para a justiça maior.
Exorcizar é dar fim, colocar limite, cessar o abuso. É, antes de tudo, justiça.
Existem diversas técnicas indiretas, mas nenhuma é tão poderosa quanto dar conhecimento e habilidades a quem sofre os abusos. A técnica direta é sempre a mais eficiente e educativa.
A experiência em exorcismos, ou desobsessões, de forma indireta (quando outra pessoa ou grupo intercede) me levou a compreender que libertar alguém de uma relação obsessiva não garante à mesma uma liberdade plena e duradoura. É como se estivesse inerte, viciada em suas próprias rotinas debilitantes. Já percebeu que há pessoas que saem de relações complicadas, com pessoas que abusam e consomem seus recursos financeiros e energéticos e logo depois iniciam nova relação com outra pessoa nem tão diferente assim, tendo o mesmo padrão de comportamento agressivo? Trocam seis por meia dúzia? Pois é, nos processos obsessivos pode acontecer o mesmo. É preciso, portanto, mudar o padrão de quem é a “vítima”. Só assim há garantia de verdadeira e duradoura liberdade.
Portanto, o mais indicado é iniciar com a quebra dos padrões energéticos debilitantes. E é preciso investigar quais os caminhos nocivos que há, e isto é possível com o mapeamento energético, dando um roteiro para o tratamento mais eficiente e definitivo. A vítima, além de sofrer com a agressão da obsessão, ainda precisa ser curada intimamente, em seus sentimentos e emoções.
Assim, há a verdadeira blindagem emocional contra agressores e relações abusivas.
COMO SABER SE HÁ OBSESSÃO EM SUA VIDA? COMO TRATAR A SI E AOS OUTROS?
Abaixo você encontrará um link de acesso para receber o convite de um treinamento em vídeos online sobre obsessão. É a possibilidade de entender em detalhes o processo, em 04 encontros, e também aprender como tratar de outras pessoas que estejam precisando de você. Situações de vícios, agressões, falta de prosperidade, depressão, isolamentos dentre outras podem esconder um princípio na obsessão.
A proposta é realizar uma avaliação energética sobre comportamentos, emoções e sentimentos, pois nada mais preciso do que tais observações para perceber se alguém está possuído por algo externo. Pretendo propor isto para você se analisar e eventualmente se tratar. As soluções para as coisas que atrasam a vida e geram as infelicidades podem não estar sempre em si, mas em assédios externos, em dominações veladas, quase imperceptíveis.
O convite este feito. A oportunidade aguarda por você. Cabe a você dar o passo rumo ao conhecimento.